Ao pensar nas palavras que Bruno havia dito, Carolina franziu a testa novamente.
Bruno disse que, ao longo dos anos, Miro foi motivo de chacota por outras pessoas.
Miro era quieto, e por isso zombavam dele, chamando-o de mudo.
Ele claramente tinha um distúrbio psicológico, mas o chamavam de louco.
E, por interesses familiares, essas pessoas até queriam que Miro morresse…
Ao se lembrar das palavras desagradáveis que Gabriela havia dito a Miro, Carolina sentiu seu sangue ferver.
Alguns parentes são parentes, outros nem mesmo são humanos!
“Tudo vai ficar bem.”
Carolina disse de repente, fazendo com que Miro se virasse para olhá-la, sem ter tempo de reagir antes de ser abraçado com força por ela!
Miro estremeceu, com a respiração ofegante e o rosto corado.
Era a primeira vez que uma mulher o abraçava assim!
Metade nervosismo, metade timidez.
Ele tentou se soltar de Carolina, mas, como ela o abraçava com tanta força, não conseguiu se libertar.
“Você…”
“Miro, confie em mim, tudo vai ficar bem! Eu vou encher seu coração de luz solar, fazer de você um garoto saudável e alegre! Vou fazer com que todos aqueles que zombam de você, que te amaldiçoam, que não te desejam o bem, fiquem todos sem palavras!”
Do lado de fora, Carlos havia colocado a mão na maçaneta, mas não abriu a porta.
Ele ficou parado no vão da porta com uma expressão complexa, claramente ouvindo as palavras de Carolina…
Bruno ainda estava na cozinha: “O que foi, Carlão?”
Carlos retirou a mão, voltou para a cozinha e olhou para o recheio de massa que Bruno estava preparando,
“Deixa assim, você já temperou?”.
“Ainda não.”
Carlos tirou o paletó, arregaçou as mangas, lavou as mãos e começou a temperar.
Bruno perguntou: “Você não vai ligar para a Sra. Paz?”
“Hum.”
Os olhos de Bruno se arregalaram: “Vamos fazer isso juntos?!?”
Carlos descontente: “Você não consegue?”
“Eu… eu sei preparar o recheio porque é trabalho braçal e eu dou conta, mas fazer pastéis é um trabalho que exige técnica, e nisso eu realmente não sou bom.” Carlos olhou com desprezo: “Sai fora!”
Bruno “…”
Quando Carolina saiu do quarto de Miro, Carlos não estava, apenas Bruno estava ocupado na cozinha.
Ao ver os pastéis já prontos sobre a bancada, Carolina se surpreendeu,
“Bruno, você sabe fazer pastéis? Você é incrível!”
Bruno sorriu sem jeito: “Não fui eu, foi o Carlão”.
Carolina ficou surpresa: “Ele sabe fazer pastéis?!?”.
“Sim, o Carlão costuma cozinhar, pratos caseiros não são problema para ele.”
Carolina olhou para os pastéis de Carlos, bem feitos e com boa aparência,
“Não acredito, alguém com um temperamento tão difícil como ele sabe cozinhar, achei que ele só sabia ser mal-educado!”
“1
Ao longo dos anos, Carlão tem se dedicado a cuidar de Miro, agindo como pai e mãe, não tem sido fácil.”
Carolina admitiu internamente, mas murmurou,
“Você também teve seus desafios, com aquele temperamento dele, como você consegue aguentar? Se fosse eu, já teria ido embora, não ficaria nem morta.”
Assim que Carolina terminou de falar, uma voz fria soou atrás dela,
“Você querer ficar comigo? Eu nem te queria!”
Carolina pulou de susto, virando-se para ver quem tinha acabado de sair do banheiro com as mãos lavadas.
Ele a encarava com um olhar severo, claramente tendo ouvido o que ela acabara de dizer e não estava nada feliz.
Carolina queria retrucar, mas sua atenção desviou-se para a figura dele.
Provavelmente porque estava fazendo bolos, ele havia tirado o paletó e agora usava apenas uma calça escura e uma camisa.
A calça era bem ajustada e a camisa era bem cortada, feita de excelente material, sem uma única ruga.
As mangas da camisa estavam enroladas até o cotovelo e a bainha estava enfiada dentro da calça.
Cintura fina, pernas longas, postura ereta.
Ele também não estava usando gravata no momento, os dois botões superiores da camisa estavam desabotoados, expondo seu pomo de Adão e sugerindo a linha do colarinho, dando-lhe uma aparência relaxada e sensual.
Seus antebraços expostos eram fortes e definidos, irradiando uma energia viril.
O desejo de beleza é inerente a todos, e Carolina instintivamente fez um gesto de engolir.
Então, alguém com uma expressão sombria e visivelmente insatisfeito, repreendeu-a severamente,
“Você poderia prestar atenção? Você é uma mulher.”
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