Capítulo 45 “Desembucha logo.” Jenny brilhava nos olhos, uma expressão de quem não via a hora de ouvir uma fofoca das boas. Angela Alves saboreou um pedaço de tangerina, baixando um pouco a voz. “Foi um amigo que conheci na faculdade, ele foi o único que se encaixou perfeitamente nos meus critérios de escolha de parceiro ideal.” Enquanto ela falava, os dedos de Felipe subitamente se apertaram, amassando a revista emi suas mãos até ela ficar toda enrugada. Ele sabia muito bem quem era esse homem! Jenny perguntou: “Por que vocês não namoraram então?” “Eu estava interessada nele, mas não sabia se o sentimento era reciproco. Ele era de outral cidade, e depois que voltou para lá, acabamos perdendo contato.” Ângela Alves deu de ombros, com uma tranquilidade que parecia vir das nuvens. “Eu sou do tipo que se desapega fácil. Se a pessoa não se interessa por mim, passo para frente sem hesitar, sem desperdiçar meus sentimentos.” Jenny levantou o polegar em aprovação, “Eu tee admiro por ser assim, tão desapegada, sem se deixar prender por paixões.” Ângela Alves fez um biquinho. “Só vale a pena investir em alguém que realmente te ama. Se não te ama, por que se incomodar? Quer sofrer por amor?” Por trás, um ar gelado e ameaçador começou a se formar nos olhos de Felipe. “Felipe, o que você está fazendo aqui?” A voz de Tina chegou por trás dele. Ele rapidamente fechou a revista, e toda a emoção desapareceu de seu rosto num instante. deixando apenas um frio glacial. Ângela Alves se assustou, virando–se para ver o rosto sério e charmoso de Felipe, dando um pulo de susto. Caramba, desde quando o grandão estava ali? Ela nem tinha percebido sua presença. “Sr. Martins.” Ela forçou um sorriso e cumprimentou, em seguida levantou–se, “Estou um pouco cansada, vou subir para descansar um pouco.” Ele parecia estar de mau humor, e ela sentiu um calafrio. Melhor manter distância. Quando ela estava quase chegando à escada, Tina a chamou, “Você vai pra onde?” “Para a cabine de descanso.” Ângela Alves respondeu baixinho. Tina revirou os olhos, sem esconder o descontentamento, “O segundo andar é a área privativa  1/3 do Sr. Martins, você não sabia?” Só ela tinha acesso. Angela Alves realmente não sabia, por isso não tinha visto ninguém subir “Eu… estou com enjoo de avião, já tinha pedido permissão ao Sr. Martins, ele me autorizou a usar a cabine.” Ela rapidamente inventou uma desculpa, e enquanto falava, deu uma olhada discreta para Felipe. Com o rosto fechado, ele disse em tom grave: “Não precisa explicar, fui eu que permiti. Ela agradeceu exageradamente, “Obrigada, Sr. Martins. Ter um chefe assim como o senhor é uma sorte grande para nós funcionários.” Dito isso, subiu as escadas correndo. Tina quase desmaiou de indignação. “Felipe, você não acha que está sendo muito bom para ela? Ela é só uma gerente, nem é da alta cúpula. Por que ela merece um tratamento assim?” Felipe não melhorou seu humor nem um pouco com o elogio, ainda estava sombrio. “Minhas decisões não estão sujeitas à sua aprovação.” Deixando as palavras no ar, ele se levantou e saiu. Angela Alves entrou na cabine de descanso, deitou–se na cama macia e sentiu–se extremamente confortável. Quem diria que sua primeira viagem de avião seria no jato privado do chefão, com direito a uma cama espaçosa? Ela devia essa aos anjinhos em sua barriga! Tocou a própria barriga, colocou os fones de ouvido e fechou os olhos para descansar, sem perceber que a porta se abriu e uma silhueta se aproximou silenciosamente. Logo, ela sentiu sono, tirou os fones, e quando abriu os olhos, viu o homem ao lado da cama. Ela quase pulou para fora da cama de susto, “Martins… Sr. Martins, e que o senhor está fazendo aqui?” Felipe a encarava de cima, com um olhar frio que dava calafrios. Ela engoliu em seco, imaginando se ele estava ali para acertar as contas por algo que ela havia interrompido. “Ah… Sr. Martins, eu realmente não queria interromper o Sr. e a Sra. Silva, até porque. legalmente falando, isso é traição. Se o senhor veio aqui para me punir por isso, não seria justo.” Felipe engasgou–se, sentindo subitamente como se todas as saídas de ar estivessem bloqueadas, uma fúria intensa queimando por dentro sem encontrar válvula de escape,