Tânia sabia que Miro iria realizar um ritual para honrar seus ancestrais e, vendo Carolina tão distraída, aconselhou-a:
“Nossa Laín, apesar de sua pouca idade, é muito cuidadosa em suas ações. Você pode ter certeza de que nada vai dar errado.”
Carolina confiava em Laín, mas mesmo assim, quando pensava nos possíveis riscos, ficava preocupada.
Tania continuou:
“Além disso, você nem tem certeza se ele é mesmo o Laín, o pai do Ledo. Talvez ele só se pareça com ele, não é?
Pense no pai do João e naquela história do João. Como o João se parece com o pai do João! Será que quem vê o João não diz que ele é filho dele? Mas, na verdade, eles não têm laços de sangue.”
“Hmm… isso é verdade.”
“Então não tenha medo. Primeiro, o pai do Miro não tem que ser necessariamente aquele homem selvagem. E mesmo que seja, nosso Laín é tão inteligente que com certeza não vai deixar nada transparecer. Pode ficar tranquila.”
Carolina suspirou aliviada:
“Para que tudo corra bem amanhã, não voltarei para casa esta noite. Já falei para os três pequenos, sinto muito por deixar essa responsabilidade para você.”
“Não há formalidades entre irmãs. Vou me preparar para amanhã também, estarei com meu celular pronto para qualquer ligação! Se precisar de mim, é só me ligar!” “Sim, sim.” – Carolina não resistiu e abraçou Tânia.
É tão bom ter uma amiga querida por perto.
Durante o dia, tudo seguia como de costume. À noite, Carlos voltou para casa.
Essa foi a primeira vez que se viram após a discussão.
Miro já estava dormindo, então só restavam eles dois na sala de estar.
Um sentado no sofá com uma expressão fechada, e o outro numa cadeira da sala de jantar, fazendo bico.
Nenhum dos dois queria olhar ou falar com o outro.
Mas, com o ritual de homenagem aos ancestrais no dia seguinte, era impossível não se comunicarem. Depois de um longo silêncio, Carlos foi o primeiro a falar:
“Amanhã é o dia de homenagear os antepassados.”
“Não precisa me lembrar!”
Carolina respondeu asperamente, e Carlos Ihe lançou um olhar de desagrado, contendo sua irritação:
“Você e o Miro já estão prontos?
Carolina instintivamente olhou para o quarto de Miro: “Sim!”.
Carlos suspirou aliviado: “Ele já decorou o discurso?”
“…Sim.”
“Se tudo correr bem amanhã, você será bem recompensada.”
Ao ouvir a menção de dinheiro, a expressão de Carolina suavizou um pouco, e ela lembrou: “50 mil!”
Carlos retrucou usando as palavras dela: “Não precisa me lembrar!”
Carolina o encarou, irritada: “Amanhã vocês vão subir a montanha para o ritual, eu vou esperar no carro.”
“Você não precisa ir.”
“Eu quero ir!”
Vendo a insistência dele, Carlos disse: “Você não falou com o Miro? Se ele concordou, não haverá nenhum problema”.
“Mas… ainda assim, é melhor prevenir do que remediar.”
Carlos, desconfiado, perguntou: “Você tem medo da família Belo?”
É claro que ela tinha medo! Mas havia coisas que ela temia mais!
Carolina deu uma desculpa: “Vocês, da família Belo, não são os Belos mais ricos da cidade, então não há o que temer”.
Até agora, ela não sabia que o homem à sua frente era seu marido Carlos Belo, o magnata da Cidade do Pão, o Presidente Belo! Ela sempre achou que era apenas uma coincidência de nomes!
Carlos não continuou o assunto e apenas a lembrou: “Amanhã partiremos às seis da manhã. Hoje você dorme no escritório”. Depois de dizer isso, ele voltou para seu quarto.
Carolina fez um biquinho em direção aonde ele tinha ido, mas em vez de ir para o escritório, foi até o quarto de Miro.
O pequenino estava dormindo profundamente.
A suave luz amarela do abajur iluminava seu rosto, fazendo-o parecer muito mais acolhedor.
Quando acordado, Miro era como o pai, sempre com uma expressão séria e sobrancelhas franzidas, frio.
Só parecia uma criança normal enquanto dormia.
Carolina sentou-se na beira da cama e não resistiu a tocar o rosto dele.
Ela sempre quis fazer isso, mas Miro nunca lhe dera a chance. Finalmente, ela o fez.
A pele macia e delicada do bebê derreteu o coração de Carolina.
Ela realmente o amava profundamente…
Embora não houvesse laços de sangue entre eles, isso não impedia o amor que ela sentia por ele.
Miro era tão adorável, tão compreensivo e também tão digno de pena…
Carolina não conseguia entender o que se passava na cabeça da mãe de Miro, por que ela teria abandonado Miro?
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