Ao mencionar a mamãe, o semblante de Miro tornou-se sombrio,
“Você não disse que já tinha notícias da mamãe? Quando ela poderá voltar?”
Carlos franziu a testa secretamente e mentiu,
“… Ela se atrasou por causa de outras coisas, vai demorar um pouco para voltar.”
“Ela disse isso?”
“…Sim.”
“Ela não gosta de mim?”
“Hã? Não, ela gosta de você.”
“Ela não sente minha falta?”
“Ela sente.”
“Então ela não deve sentir muito a sua falta.” – Miro disse um pouco magoado, virando-se para olhar pela janela.
Com uma expressão de dor, ele franziu a testa.
Se ela sentisse tanta falta dele, certamente teria voltado para vê-lo o mais rápido possível. O que poderia ser mais importante do que vê-lo?
Carlos sabia o que Miro estava pensando e ficou ainda mais triste.
Sempre que chegava a esse ponto, ele não conseguia deixar de reclamar: como ela pôde ser tão cruel a ponto de abandoná-lo? E como ela conseguiu passar tantos anos sem sequer ter notícias dele ou voltar para vê-lo uma única vez?
Mesmo que ela estivesse chateada com ele por causa do que havia acontecido no passado, o que a criança havia feito de errado?!
Enquanto Carlos reclamava em seu coração, ele disse,
“Não existe mãe que não ame seu filho, ela certamente o deixou por algum motivo, vamos dar a ela mais algum tempo, acredito que ela certamente voltará e acredito que ela certamente o ama.” Miro ficou em silêncio por um momento e depois perguntou,
“Como é a mamãe?”
“Ela…” – Carlos suspirou: “é muito gentil, chora muito, quando chora parece um gato.”
Miro franziu a testa: “Por que ela chorava na sua frente? Você sempre a fazia brava?”
Carlos engasgou: “!”
Miro perguntou novamente: “Como ela é quando sorri?”
Carlos “…” eu não sei.
Mas ele não ousou dizer isso ao filho, então teve que insistir: “Quando sorri, é como o sol, também como as flores… como a Carolina quando sorri.”
Miro olhou novamente para a janela, sem dizer nada.
“Você tem que acreditar que o amor é mútuo, você a ama tanto, ela com certeza também te ama, você sente falta dela, com certeza ela também sente a sua falta.”
Carlos disse isso tanto para confortar o filho quanto para se confortar.
Ele sentia falta dela, esperando que ela também sentisse falta dele, da mesma forma.
“…” – A sala ficou em silêncio por um momento, Carlos mudou o assunto para a celebração ancestral.
“Miro, daqui a alguns dias será o dia da celebração ancestral da família Belo, nós vamos subir a montanha para a celebração.”
“Eu não vou.” – Miro disse sem sequer pensar.
Carlos não ficou surpreso com a resposta dela, com uma expressão séria,
“Todos têm que participar, é uma exigência. E tenho certeza de que seu avô também sente sua falta, vamos à comemoração, não é apenas para homenageá-los, mas também para homenagear seu avô.”
“…” – As sobrancelhas de Miro estavam firmemente franzidas.
Carlos sabia que ele não gostava desse tipo de evento, mas mesmo assim o disse,
“E este ano será diferente dos outros, você já completou 5 anos de idade, de acordo com as regras, você terá que homenagear os ancestrais sozinho, conhecê-los um por um, e também terá que preparar um discurso para falar em público.”
Miro virou-se para Carlos, com uma voz decidida e fria: “Eu só vou prestar homenagem ao avô!”
Apenas por respeito a ele!
Carlos sabia que essa era a linha que ele não ultrapassaria.
Ele queria dizer mais alguma coisa, mas Miro de repente se levantou e saiu do quarto, indo para o banheiro.
Carlos olhou para a direção em que ele saiu, com um semblante abatido.
Ele sabia que Miro não concordaria!
Se não fosse por Carolina forçando-o a anunciar que Miro já estava melhor, ele poderia facilmente ter evitado os outros procedimentos, agora nem mesmo tinha uma desculpa para fazê-lo! Ah…
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