Capítulo 57 Felipe soltou a mão de repente. Ângela Alves, conscientemente, recuou três metros. “Elton, o Sr. Martins está aqui para mim, tenho que voltar.” Um traço imperceptível de melancolia passou pelos olhos de Elton, silencioso e discreto. “Felipe, não esperava que você viesse de tão longe para encontrar a Ângela Alves. Parece que ela é bem importante para você.” Felipe voltou a sua expressão indiferente, “Eu sempre valorizo o talento. Ângela Alves é uma designer que estamos desenvolvendo na empresa. Ontem, ela teve um pequeno problema, mas eu já o resolvi.” Elton olhou para Ângela Alves, “Está tudo bem agora?” “Sim.” Ângela Alves assentiu com um sorriso envergonhado, “Obrigada, Elton. Se você não tivesse me acolhido, eu teria que dormir na rua ontem à noite.” Elton deu de ombros, “Somos amigos, devemos ajudar uns aos outros. Se tiver qualquer problema no futuro, pode contar comigo.” Ângela Alves sentiu–se grata. Em casa a gente conta com a família, na rua com os amigos. Ter alguém assim era uma sorte. “Quando voltar para casa, vou cozinhar um jantar para você em agradecimento.” Enquanto ela falava, a expressão de Felipe escureceu, a irritação que tinha desaparecido voltava a surgir, “Já está ficando tarde, devemos ir.” “Ah.” Ângela Alves acenou para Elton e seguiu Felipe. Observando–os de longe, os olhos de Elton escureceram gradualmente, tingidos pelo crepúsculo. Na verdade, ele sabia de algumas coisas, apenas fingia não saber. Assim o jogo se torna interessante! Entraram no carro e Felipe entregou um suco para a pessoa ao seu lado, “Na frente do Elton, você revelou o segredo?” Ela balançou a cabeça rapidamente, “Eu sou bem discreta, não disse nada. Apenas mencionei que tive um problema e ele não perguntou mais.” Felipe acreditava nela, sabia que ela não era ingênua, afinal era uma garota cheia de artimanhas. Capítulo 57 “Você confia tanto no Elton? Não teme que ele tenha outras intenções?” “Elton é uma boa pessoa, um verdadeiro cavalheiro.” Angela Alves disse sem hesitar, pois se considerava sua amiga e confiava nele. Felipe franzia a testa, seus olhos brilhavam friamente e a irritação voltava a se acender, “Você tem um problema de visão, deve ir ao oftalmologista quando tiver tempo, a empresa reembolsa as despesas médicas.” Ângela Alves fez bico, “Chefe, não fique sempre desconflado, tá? Embora eu tenha gostado do Elton antes, isso é passado. Se eu realmente estivesse com ele, não teria voltado com você. Imagina estar com a pessoa amada em um campo de lavanda, assistindo o pôr do sol juntos, que lindo seria!” Ela tinha princípios e não se envolveria com outro homem estando grávida de um. Maldita lavanda, maldito pôr do sol! Só de pensar nessa cena, Felipe não podia evitar ranger os dentes e seu rosto se tornou ainda mais sombrio. Ele não queria continuar com essa questão, mas o espinho ainda estava cravado em seu coração. Ele estendeu a mão e beliscou o rosto dela, “Volte ao trabalho e pare de pensar em bobagens.” Ângela Alves mostrou a língua, “Sou uma funcionária exemplar. O dinheiro é valioso, o amor é ainda mais, mas se for pelo trabalho, ambos podem ser deixados para trás.” Felipe riu com desprezo. Era uma piada? Até fantasmas ririam de um avarento que não ama dinheiro! Quando o carro parou no semáforo, o motorista Kevin virou–se, “Sra. Alves, na verdade, o Sr. Felipe estava muito preocupado com você. Procurou–a dia e noite, nem comeu.” O chefe era novato no amor, precisava de uma forcinha. Antes que terminasse, Felipe lançou–lhe um olhar fulminante, “Concentre–se na direção e cale-se.” Kevin encolheu o pescoço e rapidamente virou a cabeça para frente. Ângela Alves, sob a luz do poste, lançou um olhar cuidadoso para a pessoa ao seu lado. Parecia um pouco abatida. Contudo, o chefe era tão charmoso que, mesmo desgastado, continuava a encantar de forma irresistível.