Capítulo 51 Ângela Alves estava ocupada demais para conferir o WhatsApp. Era o auge da sua vida, e ela brilhava intensamente. Desde o começo do projeto, ela sabia que encontraria obstáculos, por isso dividiu a nova linha em duas coleções: uma chamada série ” Puzzle” e série “Secreta“. A série ” Puzzle” era conhecida por todos na empresa, mas a série ” Secreta” era um segredo compartilhado apenas com ela, Jenny e Mike. Eles mesmos criaram os protótipos na fábrica, sem a ajuda de mais ninguém, nem mesmo Felipe sabia. Elton se aproximou, parando no meio da multidão, observando ela sob os holofotes, radiante. Ângela viu Elton, e depois de tirar as fotos, desceu da passarela. “Elton, você veio!” Ele sorriu cheia de encanto e de ternura, “Você está deslumbrante hoje!” Ângela sorriu, “Devo agradecer pelo ótimo comercial que você fez para mim, chamou atenção para mim e para os meus designs.” “Isso é tudo fruto do seu esforço, o ouro sempre brilha.” Seu sorriso inspirador fez Ângela flutuar de confiança, “Amanhã vou te convidar para jantar, pode ser?” Elton passou a mão pelo queixo, um sorriso astuto surgiu em seu rosto, “Que tal isso: quando voltarmos, você cozinha para mim, o que acha?” Oquê? Ângela mexeu no cabelo ao lado da orelha, um pouco envergonhada. Sua habilidade na cozinha era um tanto quanto embaraçosa. “Não sou muito boa na cozinha…” Ele estendeu a mão, acariciando levemente sua cabeça, “Não importa, vou adorar qualquer coisa que você fizer.” “Bem… tudo bem então.” Ângela sorriu timidamente, decidida a aprimorar suas habilidades culinárias para não passar vergonha. Foi quando Kevin chegou. O chefe tinha ligado, pedindo que ele levasse Ângela de volta ao hotel imediatamente! Ângela não entendia a pressa do chefe, será que era uma reunião de reconhecimento? Talvez fosse para dar ela um bônus por sua astúcia? “Desculpe, Elton, tenho que ir, tenho uma reunião.” Elton sorriu, “Tudo bem, se estiver livre amanhã, te levo para conhecer o Rio Sena, o Louvre e a 1/2 15:20 Capitulo 51 Notre Dame de Paris que você tanto quer visitar.” Sua gentileza era como um sol brilhante e uma brisa de primavera, aquecendo seu coração. Se o chefe fosse tão amável, seria maravilhoso. Lá fora, o sol brilhava intensamente. Mas, dentro da suite presidencial, reinava um frio de inverno. Felipe exalava uma frieza que preenchia todos os cantos. Em sua mente, a imagem de uma pintura a óleo e de um coelho com pernas mecânicas se mesclavam com a voz de Ângela: “Ele é a única pessoa que realmente atende a todos os meus critérios… Eu sou alguém que sabe quando desistir. Se a pessoa não gosta de mim, eu sigo em frente sem desperdiçar meus sentimentos.” Seus dedos se fecharam de repente, e a xícara de chá que segurava quebrou em pedaços, os cacos cortando sua mão e o sangue escorrendo, manchando o tapete. Nesse momento, Ângela entrou e se assustou ao ver o sangue. “Senhor Martins, você se machucou?” Kevin correu para pegar o kit de primeiros socorros. Ângela pensou que ele iria cuidar do ferimento do chefe, mas, surpreendentemente, ele entregou o kit para ela, “O peróxido de hidrogênio e os curativos estão aí, obrigado.” E saiu. Ela ficou surpresa! Quem era o assistente mesmo? A situação estava completamente invertida, ele não tinha medo de ter seu salário descontado? Ela abriu o kit de primeiros socorros com determinação, pegando o peróxido de hidrogênio. “Pode doer um pouco, aguente firme.” Felipe permaneceu calado, com o olhar sombrio fixo na palma da mão. O corte era profundo e sangrava sem parar. Ela começou despejando água oxigenada para limpar a ferida, depois aplicou iodo para desinfetar e, por fim, colocou um grande curativo hemostático. Felipe se manteve calado o tempo todo, um silêncio que deixava ela arrepiada. “Chefe, por que a pressa em me chamar de volta? Vai ter alguma reunião? Será que é para me elogiar antecipadamente, promover e me dar um aumento?”