Capítulo 100 Ele levantou a mão e delicadamente roçou o nariz dela com um olhar tão terno que parecia quase transbordar de carinho. “De novo isso, não quero teus agradecimentos, apenas lembra que sou teu melhor amigo, isso já é suficiente. O coração dela se banhava no sol, quente e confortável. “Você é o melhor, o único, o insubstituivel amigo!” Ela pronunciou cada palavra com clareza e força. Elton sorriu, o belo rosto dela se refletia em seus olhos limpidos, criando ondas de emoção. Enzo Alves acabara de terminar sua parte na filmagem, parado não muito longe, e captou aquele momento, não conseguindo conter um sorriso. Ele tinha certeza de que a irmã gostava de Elton, e que Elton também era apaixonado por ela. O amor entre eles estava tão evidente que parecia querer transbordar, então por que não romplam aquela barreira invisível? Felipe também observava, através dos vidros escurecidos do carro, à distância. Sua boca amargava como se mastigasse um limão, o sabor ácido se espalhava da ponta da lingua para o mais profundo do seu ser, até a respiração parecia carregar a acidez. Uma dor aguda apertou seu peito. Suas mãos se fecharam em punhos, os nós dos dedos esbranquiçados pela força. Angela Alves aproximou–se dele. Mal abriu a porta do carro, ele a puxou para dentro. Ela estremeceu levemente, instintivamente se recostando à janela do veículo. “Vamos fazer uma videoconferência?” Felipe a encarava fixa e intensamente, e de repente, com um movimento brusco, a puxou para perto e a beijou com fervor. “Uhm…” Os olhos dela se arregalaram em pânico, o corpo enrijecendo, incapaz de se mover. O que ela tinha feito de errado hoje? Por que ele precisava puni–la assim? O beijo dele era dominador, cheio de desejo possessivo, como se quisesse devorá–la. A respiração dela, os pensamentos, a razão, tudo parecia ser consumido por ele. As pálpebras dela cairam, pesadas, e o corpo amoleceu em seus braços….  Escondido atrás de uma árvore próxima, Enzo Alves espiava com um olho só, observando através do escuro vidro do carro as figuras entrelaçadas e quase ocultas. 1/2 12:47 Capitulo 100 Ele estava atônito, incrédulo diante do que via, e esfregava os olhos com força. Há pouco, a irmã e Elton estavam tão doces que pareciam mel, e agora, de repente, ela estava nos braços do chefe no carro? Ela… estava jogando dos dois lados? E os dois lados eram irmãos! Um raio cala do céu limpo, atingindo sua cabeça, deixando–o tonto e confuso. A irmã sempre fora tão pura, rejeitando tantos garotos que a perseguiam. Ela dizia que só se apaixonaria uma vez, com o homem com quem se casaria. Como poderia ter mudado tanto? Ele se afastou discretamente, buscando um canto deserto, e tirou o celular do bolso, ligando para Ângela Alves. Dentro do Rolls Royce. Ângela Alves quase derretia, o beijo do homem era como chamas ardentes, como papoulas letais, tão perigosas quanto irresistíveis. O celular tocava incessantemente, trazendo–os de volta daquela embriaguez. Ângela Alves se desvencilhou dos braços dele e lançou um olhar para a tela, vendo que era o irmão, tratou de acalmar sua respiração apressada, temendo que ele percebesse algo. “Enzo, terminou a gravação?” “Irmã, onde você está?” “Estou no carro do Sr. Martins em uma videoconferência, Elton disse que temos um jantar mais tarde e pediu para você se entrosar mais com o diretor e o produtor. Comporte–se bem. mas sem beber, deixa o assistente beber por você.” “Tá bom, eu entendi. Enzo Alves apertava o celular com força. A irmã tinha se tornado uma mestra da mentira? Elton era tão bom; se soubesse do envolvimento dela com o irmão, quanto sofreria! Ângela Alves desligou o celular e lançou um olhar feroz para Felipe, misto de vergonha e irritação. Esse cara era selvagem demais, sempre tão impetuoso com ela! “Sr. Martins, estamos na cidade do filme, cheia de paparazzi, você não tem medo de ser flagrado em um escândalo?”