Capítulo 1156O Sr. Reginaldo chorava com uma dor que atravessava a alma e, depois de um tempo, conseguiu
dizer: “Nossa filha tola, mesmo tão ferida, ainda pediu para perdoarmos ele.”
Ao ouvir isso, a Ofélia sabia exatamente a quem ele se referia e as lágrimas começaram a correr
livremente.
Ninguém esperava que, ao chamar o pai para o seu lado, Salete queria que ele perdoasse o
Dennis…
Ela conhecia o temperamento do pai e sabia que, diante dos seus ferimentos, ele certamente
buscaria vingança…
Ela temia que seu pai descarregasse sua raiva em Dennis, mesmo sabendo que estava à beira da
morte, ela ainda estava usando suas últimas forças para proteger esse homem…
Os olhos de Dennis se encheram de lágrimas num instante.
Nesta vida, ele devia tanto a Salete, tanto.
Não sabendo quanto tempo se passou, a escuridão da noite lá fora já havia se transformado em
dia, as luzes da sala de cirurgia ainda estavam acesas, e sete ou oito médicos e enfermeiros ainda
estavam lutando contra a morte no leito do paciente.
Mariana já tinha cochilado várias vezes, e teria dormido ainda mais profundamente se não fosse
pelo choro constante da Ofélia.
Naquele momento, a porta da sala de cirurgia se abriu e uma enfermeira apressou-se para fora.
A Ofélia, que chorava há muito tempo, avançou com a cabeça pesada e o corpo vacilante,
claramente instável.”Enfermeira, como ela está? Já se passaram nove horas…” A Ofélia chorava enquanto falava.
Essas nove horas, 540 minutos, 32.400 segundos, ela passou em uma angústia e tormento
constantes.
“A paciente já estava fraquejando há nove horas atrás, mas a Dra. Isabela fez de tudo para mantê-
la conosco até agora”, explicou a enfermeira com paciência. “Entendo a ansiedade de vocês,
familiares, mas peço que confiem nos médicos lá dentro. Cada um deles está lutando contra a
morte há nove horas, sem descansar um segundo sequer.”
As lágrimas de Ofélia voltaram a cair, e ela assentiu com a cabeça, “Obrigada pelo esforço de
vocês.”
Quando a enfermeira passou por Mariana, ela lançou um olhar fulminante em sua direção.
A enfermeira ficou confusa, mas, com uma vida em jogo, não deu muita atenção e se apressou em
sair.
Mariana estava cheia de ressentimento. Por que essa enfermeira só falava bem da Dra. Isabela?
Será que a Dra. Isabela tinha dado alguma vantagem para ela lá dentro?
Celso tentava contactar Isabela desde a noite anterior. Antes de o avião decolar, ela havia enviado
uma mensagem pelo WhatsApp dizendo que estava de saída da casa do tio e voltando para a
mansão no lago.
Mas até às sete da manhã, Celso não havia recebido mais nenhuma mensagem dela.
Foi Vicente quem informou que Stefano Sampaio e Cenira haviam se acidentado, e, seguindo as
pistas, Celso descobriu que Isabela ainda estava na sala de cirurgia tentando salvar Salete.
Ele trouxe o café da manhã e, de longe, viu o Sr. Reginaldo abraçado à esposa, ambos soluçando
como se tivessem envelhecido dez anos em uma noite.Carlos e Nair Pires já tinham dito todas as palavras de conforto possíveis, mas nada parecia aliviar
a dor.
Dennis apoiava a testa nas mãos entrelaçadas, como se ainda estivesse em agonia.
Apenas Mariana sorriu e acenou para Celso ao vê-lo chegar, depois correu para o bebedouro mais
distante, pegou um copo de água morna e foi ao banheiro enxaguar a boca, querendo manter o
hálito fresco para Celso.
Celso se aproximou com o café da manhã até onde Carlos e Nair Pires estavam.
Carlos, com a cabeça baixa, viu um par de sapatos de couro novos e brilhantes aparecer, e ergueu
os olhos: “Celso, você está aqui?”
“Isabela ainda está lá dentro…”, disse Nair Pires, visivelmente abatida.
“Eu sei.” Celso viu o estado deles e percebeu que tinham passado a noite acordados. Tirou o café
da manhã e disse, “Comam alguma coisa.”
novelbinEle pôs a mão no ombro de Dennis, com uma voz suave, “Dennis, coma um pouco.”
Ao ouvir a voz de Celso, o Sr. Reginaldo e a Ofélia, soluçando, olharam naquela direção.
“Tio, tia, comam também, logo mais as pessoas lá dentro vão precisar de vocês.”