Capítulo 1145Lá fora, o mundo estava coberto frio. As pessoas que acabavam de acordar, especialmente as
mais velhas e doentes, corriam o risco de pegar um resfriado se saíssem…
Mariana sentiu uma pontada de descontentamento: Por que está falando tanto??
Mas, ainda assim, balançava a avó com as mãos e fazia manha. “Olha que paisagem linda lá fora,
vó. Se a gente deixar pra mais tarde, o sol vai se pôr e a gente vai perder essa vista maravilhosa
da neve.”
Vanessa, sempre disposta a agradar a neta, cedeu ao seu pedido, como havia feito pelos últimos
dezoito anos. Desta vez, não foi diferente.
“Tá bom, tá bom, então eu vou lá fora ver com você.”
Mariana ficou radiante, tentou ajudar a avó a se sentar na cadeira de rodas, mas percebeu o
quanto ela estava pesada. Usou todas as suas forças e não conseguiu movê-la.
“Você não tem nem metade da força da Isabella…” Vanessa riu. “A Isabella parece tão frágil, mas é
mais forte do que se imagina.”
Apavorada, Mariana olhou para a empregada. “Vem me ajudar, rápido!”
“Você está suando?” Vanessa notou gotas de suor no nariz de Mariana e riu novamente. “Não se
preocupe, está tudo bem…”
Com muito esforço, Mariana e a empregada conseguiram acomodar a avó na cadeira de rodas.
Finalmente, Mariana pôde empurrar a cadeira da avó mesma.
“Senhora, Sra. Mariana, eu posso ir com vocês?” a empregada se ofereceu.”Não precisa, eu e a vó estamos bem.”
Antes que a empregada pudesse responder, Mariana continuou, “Por acaso minha irmã pode sair
sozinha com a vó e eu não? Está duvidando que eu possa cuidar tão bem quanto ela, ou não
confia em mim?”
“Sra. Mariana, eu juro que não quis dizer isso!” A empregada ficou assustada, sem esperar por
aquela reação súbita.
Mariana saiu empurrando a cadeira de rodas da avó, enquanto Vanessa percebia o que se
passava na mente da neta e falou com carinho. “Ela não tem más intenções, querida. Você sabe
da minha doença, ela só está preocupada que algo possa dar errado.”
“Eu nunca deixaria nada acontecer com a vó. Se algo acontecesse, seria comigo primeiro.”
novelbin”Não diga bobagens, é mau agouro…” Vanessa riu de novo e continuou conversando sobre
diversos assuntos.
“Olha vó, os jacarandás floresceram, que lindo! Vou lhe levar mais perto para ver.” Mariana estava
visivelmente animada.
Os jacarandás roxas desabrochavam nos ramos, lindos e chamativos.
“Vou pegar algumas flores para colocarmos em casa, tá bom?” Mariana viu algumas flores bonitas
penduradas em um galho baixo.
Ela esticou o braço tentando alcançá-las, mas não conseguiu e teve que pular.
“Vendo você assim, me lembro de quando era pequena e tentava pegar frutas na árvore. Você
pulava tanto…” Vanessa começou a contar a história, mas foi interrompida quando Mariana
aterrissou com força e bateu na cadeira de rodas.O chão gelado estava escorregadio, e a cadeira de rodas começou a deslizar ladeira abaixo.
“Vó!”
Mariana levou um susto e correu para pegar a cadeira de rodas.
Vanessa também se assustou e tentou segurar as rodas para impedir que girassem…
Mas as rodas estavam girando rápido demais e, descendo a ladeira, as rodas queimaram suas
mãos com o atrito.
Mariana conseguiu alcançar a cadeira de rodas a tempo, mas o chão estava tão escorregadio que
ela foi arrastada ladeira abaixo com a cadeira.
“Ai…”
Por causa da inércia, Vanessa foi lançada contra uma pedra decorativa ao lado, ferindo a testa que
logo começou a sangrar.
Mariana não teve melhor sorte; ela foi lançada para mais longe do que Vanessa, rolou várias vezes
e bateu contra uma árvore, com dores por todo o corpo…