Capítulo 233 
Rafael Costa sabia que não adiantava mais implorar. Encolhido num canto da parede, murmurou apenas: “Sim, sim, sim…” 
Depois que Carlos Neves e Nair Pires se foram, coincidentemente, dois interrogadores entraram. Ao verem Rafael com o rosto inchado e manchado de sangue, não puderam evitar perguntar aos que estavam por perto: “O que aconteceu aqui?” 
Será que tinha sido obra de Carlos Neves e Nair Pires? 
“Foi uma queda… eu mesmo caí…” Rafael Costa apressou em dizer, “não foi culpa de ninguém.” 
“Quem mandou você não prestar atenção?” 
Um dos interrogadores resmungou, sem deixar claro se repreendia Rafael por ter ofendido a família Neves ou por ter levado um tombo… 
Rafael não ousou se explicar, ciente de que tinha desagradado Isabella, desagradado a família Neves, e que sua vida estava acabada! 
Lamentou, como aquela menina poderia ser a filha dos Neves… 
Não é à toa que tinha uma presença tão imponente! 
À tarde. 
Isabella chegou à linha de produção e disse: “Parem o que estão fazendo e me escutem.” 
Os trabalhadores das cinco linhas de montagem pararam imediatamente, olhand ela em silêncio. 
Embora Isabella tivesse apenas dezoito anos, seu poderoso carisma impunha r obediência instintiva. 
Todos a observavam, refletindo como suas próprias crianças, com dezoito anos, a estavam no ensino médio decorando palavras em inglês, enquanto Isabella, aos dez já gerenciava uma empresa… 
Era realmente um destino diferente… 
“Amanhã é o dia do nosso despacho, e todos vocês sabem que, por causa do Rafael Costa ter vendido os desenhos para a Liz Estilo, não conseguimos vender nosso estoque. Preciso que todos colaborem com o plano que vou propor…” 
ara 
Depois que Isabella compartilhou as ideias, todos concordaram, impressionados com a astúcia da jovem. 
Raul Fonseca não esperava que a Diretora Isabella conseguisse convencer a todos rapidamente. Ele a respeitáva internamente, vendo-a como o pilar da empresa. Com ela 
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Capítulo 233 
presente, todos se sentiam seguros. 
Após sua visita à linha de produção, Isabella foi até o departamento de design. 
Lá, Emilia Cardoso estava desanimada diante do computador. 
“O que houve?” Isabella se aproximou e perguntou suavemente. 
Emilia endireitou-se de súbito: ‘Diretora Isabella, você veio? Não é nada… só que…” 
O olhar de Isabella pousou na tela do computador de Emília, que mostrava o formulário eletrônico de inscrição para um concurso nacional de design. O prazo para inscrição terminava às cinco da tarde, e já eram quatro e cinquenta. 
“Não vai se inscrever?” Isabella perguntou com uma sobrancelha arqueada. 
“Diretora Isabella, você não sabe… esse concurso exige que você leve um assistente…” 
Emília queria provar a si mesma nesse concurso, encorajada por Isabella, mas, por um lado, faltava-lhe confiança; por outro, uma designer sem renome como ela, de onde tiraria um assistente? 
Já era uma conquista conseguir se sustentar! 
Como ela teria dinheiro para contratar um assistente? 
“Ninguém do departamento vai participar?” Isabella olhou em volta. 
Os outros designers rapidamente baixaram a cabeça, relutantes em se expor ao ridículo 
num evento enorme… 
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