Carolina chorou nos braços de Carlos por um bom tempo antes de conseguir se acalmar. Ela respirou fundo e disse a Carlos,”Hoje, aquela era minha irmã, da família dos meus pais adotivos. Nós não nos víamos há muitos anos, e de repente nos encontramos hoje, por isso fiquei tão emocionada. Eu… eu e eles não temos uma boa relação.”Carlos a abraçou, beijou sua testa e acariciou o topo de sua cabeça.Sem muitas perguntas, sem muitas palavras.A experiência de Carolina com a família Paz era a sua ferida. Se ela quisesse falar, ele estaria lá, quieto, ouvindo-a, sendo o melhor ouvinte.Se ela não quisesse falar, ele também não tentaria abrir essas feridas para fazê-la sofrer.Carolina fungou, abrindo seu coração para ele,”…Quando eu tinha 8 anos, voltando da escola com minha mochila, assim que entrei em casa, meu pai adotivo me deu um tapa. Ele bateu com muita força, eu caí e, sem conseguir aguentar, comecei a chorar de dor. Ele ficou ainda mais irritado e me bateu mais ainda.Minha mãe adotiva, ouvindo o barulho, saiu do quarto e, ao me ver, avançou em mim como se eu fosse um mau agouro, juntando-se ao meu pai adotivo para me bater.Mais tarde, eu soube que naquele dia, minha irmã tinha caído brincando e quebrado o braço. Justamente naquele dia era o aniversário da minha adoção por eles, então eles descontaram toda a raiva e frustração em mim.Aos 10 anos, porque eu fui bem nas provas e minha irmã foi mal, ela, com ciúmes, jogou água quente em mim. Mesmo sendo eu a ferida, meus pais adotivos ainda me culparam, dizendo que eu não deveria ter ido melhor que minha irmã para não irritá-la. Quando retruquei, fui severamente espancada e castigada para ficar de joelhos na chuva a noite toda.Aos 15 anos, quando passei para o colégio de destaque da nossa região, meus pais adotivos disseram que estudar era inútil para uma menina e queriam que eu fosse trabalhar numa fábrica clandestina para sustentá-los na velhice. Eu me recusei e eles me difamaram pela vila, chamando-me de ingrata.Aos 18 anos, por trinta mil reais, me venderam para um homem tolo da vila vizinha, tentando me convencer a casar com ele e ter seus filhos. Depois, foram um professor e a escola que me salvaram.Aos 20 anos…”Carolina hesitou, aos 20 anos, eles a forçaram a um casamento por procuração.Naquele ano, ela perdeu toda esperança!Ela fez como eles queriam, casando-se no lugar de Dália, cortando todos os laços e pagando a suposta dívida de criação!Mas ela não mencionou a Carlos o envolvimento dele nessa história.Carolina mudou de assunto,”Sabe por que amo tanto o Lucas? Porque ele é como eu, também cresceu sem pais. Eu soffi tanto quando era pequena e não quero que o Lucas passe pelo mesmo. Quero ser o refúgio dele, dar-lhe todo o amor e proteção possíveis. O conteúdo pertence ao Bookkoob.orgEspero que, quando o Lucas crescer e souber que não é meu filho biológico, ainda pos sinda possa ser positivo e otimista, ser posiotimista. Espero que, ao lembrar da infância, ele se lembre do amor e felicidade, e não de uma história como a minha…” O conteúdo pertence ao Bookkoob.orgNão ter pais biológicos não era o pior, o pior era crescer num ambiente sem amor.Os olhos de Carlos estavam úmidos. Ele beijou a testa e os olhos de Carolina com ternura.Ele detestava os miseráveis da família Paz!Detestava a injustiça do destino com Carolina!E detestava a si mesmo por, no meio do caos de sua vida, ter-lhe dado mais desafios!Carlos a abraçou forte, demorando-se para encontrar as palavras,”Eles não merecem ser chamados de sua família. Você não precisa daquele amor. Eles não te amam, mas nós sim, eu e os meninos vamos te amar muito bem!”Ao ouvir isso, Carolina se aconchegou mais nos braços dele, soluçando,”Carlos, depois que eu me divorciar, vamos nos casar.”O coração de Carlos saltou,Carolina disse: “A minha casa deinfância era um inferno, nada erabom!nada erami Eu era infeliz, muito infeliz.Sempre sonhei com um lar feliz e caloroso, onde todos os dias fossem cheios de risos e alegria.” Oconteúdo pertence ao Bookkoob.org
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