“Não fui eu, eu não menti… por favor, não me bata… pai, pare de bater, estou doendo, uuuh, estou doendo…”Carlos franzia a testa, correndo para abraçá-la, “Carolina!”Carolina estremeceu como se tivesse sido atingida por uma corrente elétrica, resistindo ferozmente, “Não me bata! Não me bata! Afaste-se…” Carlos a abraçava fortemente, seu coração em pedaços!Esses monstros da família Paz!”Carolina, sou eu! Acorde!” Carlos a abraçava e gritava, tentando fazê-la despertar do pesadelo.Após lutar um pouco, Carolina finalmente abriu os olhos. Seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas.Ela olhava ao redor, assustada e cautelosa, com o olhar de uma garotinha de sete ou oito anos que acabou de sofrer violência doméstica.”Carolina…” Carlos estava com o coração partido.Carolina o encarou por um momento, parecendo finalmente reconhecê-lo, e as lágrimas começaram a correr livremente enquanto ela se jogava em seus braços, buscando refúgio, “Tive um pesadelo, uuuh, tive um pesadelo…”Carlos sentiu um nó na garganta e os olhos inchados, com tanto pesar que mal podia respirar.Ele a abraçava firmemente, tentando controlar suas próprias emoções, e a consolava com voz rouca,”Não tenha medo, estou aqui, e nunca mais deixarei que alguém te machuque! Você tem a mim, tem os nossos filhos, nós vamos te proteger! Não tenha mais medo…”Carolina chorava em seus braços. O terrível pesadelo a levava de volta ao passado.Ela mal conseguia lembrar o que sofreu na infância, os detalhes eram nebulosos.Desde que se lembrava, já estava coberta de machucados. Apanhar dos pais era tão comum para ela.Seu rosto frequentemente inchado, seu corpo sempre marcado de roxo e azul.O pai adotivo descontou sua frustração profissional nela.A mãe adotiva, incapaz de comprar as roupas e joias que desejou, também a agrediu.Dália, por ser travessa e não estudar direito, ainda assim, quem apanhou foi Carolina. Parecia que, não importava quem estivesse insatisfeito em casa, Carolina era quem sofria.Comendo sobras, vestindo asroupas usadas de Dália, brincandoIncandocom seus us brinquedos velhos, até medinamesmo ficar de castigo do lado de fora durante tempestades de neve e trovoadas fazia parte da rotina. Quando criança, ela não entendia o que era violência doméstica, nem sabia que podia recorrer à lei para proteger seus direitos. Pequena e sozinha, ela apenas suportava, chorando escondido quando se sentia injustiçada. Conteúdoatualizado primeiro Ela não podia chorar alto, para que os Pazes não descobrissem, pois isso apenas resultaria em mais violência.Ao crescer e ganhar consciência de que podia se proteger, até a polícia chegou a ser acionada por causa de estudar.Os Pazes finalmente se contiveram um pouco, parando de agredi-la sem motivo, mas começaram a insultá-la ainda mais.Chamaram-na de bastarda, miserável, escória, uma ingrata que não podia ser domada…Sob pressão externa, os Pazes também a deixaram estudar, mas trataram-na ainda pior.Não pagaram sua mensalidade nem despesas, não lhe deram um centavo sequer.Do ensino fundamental ao superior, ela se sustentou com bolsas de estudo e a ajuda de pessoas generosas.Ela se esforçava nos estudos,lutando com todas as suas forças,pois sabia que a educação poderia mudar seu destino e libertá-ladaquele lar frio. A educação era sua única saída!Mas ela não era naturalmente brilhante, tudo o que conquistou foi através do esforço…No dia em que recebeu a carta de aceitação da universidade, ela chorou por um dia inteiro, com todas as emoções misturadas naquelas lágrimas.Ela já amou os Pazes de verdade, afinal, eles eram sua família, seus pais, como ela poderia não amá-los?Mas após repetidas agressões, seu coração se fechou.Agora, ela não sentia mais nada pelos Pazes. O amor que tinha por eles foi completamente destruído, sem deixar rastros.Apenas ao ver Dália, as lembranças daqueles tempos dolorosos voltavam, trazendo de volta toda a dor e humilhação…Por isso ela ainda se entristecia, se magoava e sentia dor.
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