O chão estava escorregadio, e Carolina, montada em sua pequena bicicleta elétrica, seguia com dificuldade, balançando de um lado para o outro, mas conseguindo avançar.
Carlos observava o jeito desajeitado dela, franzindo os lábios com desdém, antes de se virar e voltar para casa.
Por coincidência, encontrou o velho senhor do outro lado da rua, saindo para colocar o lixo para fora.
O senhor, um morador antigo da região, conhecia bem a mãe de Carlos e, por isso, também era familiarizado com Carlos.
Era uma pessoa muito falante, e ao ver Carlos, logo perguntou:
“Carlos, voltando sozinho, é? E onde está Carolina?”
“Ela teve que sair primeiro.”
“Já foi? Vocês ainda não estão morando juntos?”
Um sorriso forçado surgiu nos lábios de Carlos, “Avô Silva, você entendeu errado. Eu e ela não somos namorados.”
“Ah, deixa disso, com essa idade toda, ainda com vergonha de namoro? Olhe, tenho um olho bom para essas coisas. Carolina tem uma boa aura, e é uma pessoa de sorte.
Além disso, traz prosperidade para o marido. Quem a casar vai ser um homem de sorte. Encontrar ela foi a sua sorte. Não deixe outro levá-la. Essa fortuna toda tem que ser bem agarrada.”
Carlos ficou sem palavras…
Assim que entrou em casa, o celular tocou. Foi Mateus
“Carlos, já são quase meia-noite, hein? Tá pronto? Não esqueça do encontro com a Carolina às doze!”
“…Estou indo agora.”
Depois de desligar, ele falou para Miro,
“Papai tem que sair por um motivo. Vou deixar o Iván ficar com você. Isso aqui eu fiz lá fora e trouxe. Tem o prato de moqueca de siri que você adora. Aproveite.”
Miro não respondeu, apenas foi obedientemente para a sala de jantar, esperando na cadeirinha infantil.
Carlos olhou profundamente para Miro, franzindo levemente a testa, e instruiu Iván,
“Qualquer coisa me liga.”
Sem trânsito, um carro era mais rápido que uma bicicleta elétrica, então Carlos chegou antes de Carolina à cafeteria.
Ele estava sentado em um salão privativo no segundo andar esperando por ela, e Mateus também estava lá. Através da janela do chão ao teto, viram Carolina empurrando a bicicleta elétrica, chegando com dificuldade. Mateus comentou, “Carolina é doida, não é? Nesse frio todo não pegar um táxi. Vir de bicicleta elétrica é pedir para congelar.”
“…Ela é pobre, mas também é doida.”
“E você também, por que não se oferece para comprar um carro para ela? Vai que ela congela por aí, você não ia se sentir mal?” Carlos o olhou de soslaio, tragando seu cigarro, continuando a observar Carolina.
Ela estava tirando a neve de si, e, após sacudir-se, com cuidado retirou o cachecol do Miro, dobrando-o e colocando-o no próprio bolso.
Mateus continuou,
“O que será que ela tem de tão urgente para te ver? Nem se maquiou, claramente não está tentando te seduzir.”
Carlos também estava curioso; ele mal a conhecia antes, e ela havia pedido a Mateus para marcar esse encontro, qual seria o motivo? Carolina, sem saber que estava sendo observada, sentia-se nervosa só de pensar em encontrar Carlos Belo!
Ela parou na entrada da cafetaria, fazendo várias respirações profundas antes de entrar.
Um homem estava sentado no lugar combinado.
De onde ela estava, só podia ver a parte de trás da cabeça dele, não dava para ver o rosto, mas tinha a sensação de estar diante de alguém bem- sucedido.
Com certeza era Carlos!
Carolina tentou conter o nervosismo, aproximou-se com as mãos trêmulas, “Olá, eu…”
“Hmm? Carolina?” Fabrício ficou surpreso ao ver Carolina.
Ela também ficou um pouco chocada, não esperava encontrar um conhecido ali.
Sem tempo para cumprimentá-lo, rapidamente checou o número da mesa enviado por Mateus, depois olhou para a mesa.
Confirmando que não havia erro, ela ficou confusa, “Você… o que está fazendo aqui?”
Fabrício sorriu, “Marquei um encontro, e você também marcou?”
Carolina, ainda atordoada, assentiu.
Fabrício perguntou, “A pessoa ainda não chegou?”
“…É. Acho que não.”
“Já que quem você estava esperando ainda não chegou, senta aí e vamos conversar um pouco. Garçom.”
Fabrício, muito gentil, pediu um café para Carolina.
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