Capitulo 190 Felipe sentiu um baque no coração ao perceber que Angela Alves estava de mau humor com ele sem motivo aparente, seria por causa dos hormônios? Já faziam três dias. Será que aquela maldita reação hormonal ainda não tinha se estabilizado? Ele respirou fundo e pegou o livro das mãos de Bruna, dizendo, “Sel o que fazer.” Bruna sorriu e comentou, “Todas as meninas gostam de presentes. A Angela é muito econòmica, quase nunca se vê ela comprando algo para si mesma, até a bolsa que ela usa está velha e ela não troca. Mulheres precisam de uma bolsa bonita e de qualidade.” Felipe lançou–lhe um olhar profundo e seu olhar escureceu um pouco mais. Aquele avarento que só sabia guardar dinheiro, como poderia entender o prazer de gastá–lo? “Está ficando tarde, eu vou nessa. Descansa cedo.” De volta ao carro, ele pegou o celular e mandou uma mensagem para Kevin no WhatsApp: “Me arranja uma bolsa ton Kevin entendeu na hora e se emocionou até as lágrimas. Finalmente o gelo milenar estava começando a derreter, não era fácil, era mesmo um motivo para comemorar! “Vou fazer isso agora mesmo.” Felipe jogou o celular no banco do passageiro e seus olhos escuros brilharam sinistramente na noite. Ele estava fazendo tudo aquilo pelos filhos, não tinha nada a ver com aquela mulher! Como ele poderia mimar uma mulher, que dirá ceder aos caprichos dela? Sem chance! Em Vila Céu Azul, Keila terminou de preparar a comida. Ângela Alves tomou um gole do caldo de galinha e suspirou de satisfação, “Não importa o quão bom seja o chef do restaurante, nada supera a comida caseira da mãe.” Joana riu e falou, “A tiazinha cozinha demais, por isso que quando era pequena, eu sempre ial para a casa da Ângela Alves depois da escola, comia lá e esperava meu pai vir me buscar.” Keila suspirou, “Como o tempo voa, num piscar de olhos, vocês cresceram. Ela estava falando quando o celular tocou, era Lourival ligando. Ela atendeu no viva–voz, “Lourival, estou aqui jantando com as crianças, e Joana também. Você já jantou?” Capitulo 190 “Sim,” a voz de Lourival soou um pouco pesada, “Esta tarde, a vó veio falar comigo, querendo discutir a venda da casa da familia, e você acertou, cunhada quer vender a casa para comprar um apartamento para o Lazaro na Cidade Mar.” Keila resmungou irritada. “E o que você respondeu?” “Eu disse à vô que de jelto nenhum, a casa da familia não se vende até a morte. A gente ainda tem a loja, se vender a casa, o que faremos com a loja?” disse Lourival, “Está certissimo, eles que sonhem acordados! Essa familia do meu irmão é tão egoista quanto desonesta, só pensam neles mesmos e não se importam com a gente. Querem um apartamento para o filho, que se virem sem mexer na casa da familia,” Keila falou indignada. Angela Alves e Joana trocaram olhares. A prima tinha mesmo uma intuição afiada. Depois de ouvir a análise dela, Angela tinha ligado para a mãe para que se preparassem. Não esperava que o tio agisse tão rapidamente, essa familia realmente estava ansiosa para arranjar uma nora. Depois da ligação com Lourival, Joana abriu o perfil do Lazaro, “Olha só, a tia comprou um carro para o Lazaro, um BMW de quase setecentos mil reais. Desses, cinquenta mil foram dados pela vó. Ela vai acabar ficando sem nada por causa do Lazaro.” Angela Alves inalou profundamente. Quando Enzo Alves ficou doente, a avó não quis dar um centavo e ainda falou em desistir do tratamento. Agora, para o Lazaro, ela desembolsava cinquenta mil num piscar de olhos. Isso é um pouco parcial demais, não é? Será que Enzo Alves não era neto de verdade? “Mãe, meu pai é filho biológico da vó?” Keila torceu a boca, “Como é que eu vou saber? Isso aí você tem que perguntar à velha.” Joana fez uma careta, “Eu ouvi a mãe dizendo que a vó teve complicações no parto do tiozinho, depois procurou um vidente que disse que o tiozinho tinha uma sina que prejudicava a mãe, por isso ela nunca gostou dele.” Keila soltou um risinho de escárnio. “A superstição feudal mata as pessoas. Se Lourival Alves. realmente tivesse o azar de prejudiar a mãe‘, será que ela ainda estaria viva até hoje?”