Capítulo 117 Felipe tamborilava os dedos esguios na superfície da mesa, falando com voz grave: “Você não precisa da minha autorização para isso, pode ir falar diretamente com o departamento comercial.” Ângela Alves tomou um gole d’água. Se conversar por conta própria resolvesse, por que ela iria procurá–lo? Com as manobras do departamento de marketing, ninguém mais na empresa apostava no sucesso da série “Destino”. O chefe do departamento comercial era um raposa velha, será que ajudaria ela sem causar problemas? “A menos que eu diga ao Gerente Medeiros que sou a esposa do presidente da GM, você acha que ele me ajudaria?” Havia um tom ameaçador em sua voz, e Felipe certamente percebeu. Com as sobrancelhas franzidas, sua expressão esfriou silenciosamente, “Quer que eu dê uma ordem ao departamento comercial?” Ângela Alves balançou a cabeça, “Não precisa se envolver pessoalmente, basta o Sr. Kevin enviar um e–mail.” Kevin era seu assistente mais confiável, o braço direito dentro da empresa. Todos sabiam que uma palavra dele era como se viesse do próprio grande chefe! Felipe esboçou um meio sorriso sombrio. Que pequeno jogo astuto! Ele pegou sua xícara e bebeu café, mantendo um silêncio proposital. Ângela Alves já esperava que ele não cederia facilmente. Helena era a queridinha dele, é claro que ele a preferia. Ela suspirou longamente, “Sabe por que em momentos difíceis penso primeiro no Elton? Porque ele está disposto a ajudar, basta eu pedir e ele concorda. Até mesmo sem eu falar, se ele descobrir, virá me ajudar.” Ela suspirou novamente, “Um marido só de nome realmente não tem valor prático, só sabe falar, diz para procurá–lo se houver problemas, mas quando o faço, ele hesita. Amigos são mais confiáveis, não é à toa que dizem ‘em casa confiamos nos pais, fora dela nos amigos‘, nunca se fala em confiar no marido. Se marido fosse confiável, porcos poderiam voar!” Ela franziu os lábios e se levantou, caminhando em direção à porta, “Desculpe o incômodo, Sr. Martins.” 1/2 12.52  Quando chegou à porta, um grito severo soou: “Pare!” Felipe estava pálido de raiva, com um brilho frio nos olhos e a fúria ardendo dentro dele. Ele velo como um furacão, prendendo–a contra a parede com um movimento brusco. “Você está tentando me provocar?” “Estou apenas dizendo a verdade.” Ela levantou o olhar, encarando–o sem piscar, com uma crítica afiada em seus olhos como uma espada, “Ainda bem que meu irmão assinou com a Mídia Maribrilho, e não com a Montanha Co., Ltd. Caso contrário, não tería esses recursos e estaría sofrendo como eu, sufocada até a morte!” Ela sentía uma onda de ressentimento crescendo dentro dela como um balão de ar quente. Era uma competição desleal. Helena continuava a usar seu relacionamento com o chefe para ganhar vantagem, fazendo com que todos os velhos astutos lhe favorecessem. E ele, Felipe, com certeza sabia disso, mas fingia ignorância, protegendo–a. Os lábios de Felipe se apertaram. Essa comparação irritante estava o enlouquecendo. “Elton não ajudaria você sem motivo, ele deve ter segundas intenções, não seja enganada e ainda conte o dinheiro para ele.” Ela riu com desdém: “Não importa, não me importo, contanto que eu consiga o que quero.” Felipe sentiu um calafrio. Ele estava jogando um jogo maior, e no tabuleiro, ela era a única variável, uma peça que ele não podia controlar. “Não adianta usar truques comigo! Quando eu prometo algo, eu cumpro.” O canto da boca de Ângela Alves se curvou em um sorriso astuto, “Então estou tranquila, esperarei pelo e–mail do Sr. Kevin.” O sorriso dela era como um espinho nos olhos de Felipe. Estava claro que a mulher havia sido enganada novamente. Mas era uma armadilha do qual ele não conseguia escapar! Como ele poderia ser superado por Elton? Ele a levantou e a colocou no sofá. Sua mão grande repousou sobre o ventre dela, acariciando suavemente. “Você não vai contar apenas com uma história de amor entre pássaros para vencer, não é? Tem mais alguma jogada?”