Capítulo 102 Angela Alves adorava frutos do mar, lagostas, abalones, mexilhões… todos estavam entre seus favoritos. Ela pegou um pedaço de abalone e colocou na boca, “Nossa, que delicia, o cardápio deste restaurante é realmente bom.” Felipe estendeu a mão e deu um leve tapa na cabeça dela. “De agora em diante, só quero que pense positivamente, nada de negatividade, fique atenta à educação pré–natal subconsciente.” “Ah,” ela assentiu obedientemente, mas não pôde evitar de criticar internamente; afinal, seu mau humor vinha dele. Felipe esboçou um meio sorriso. Essa mulher só era agradável aos seus olhos quando estava sendo submissa. “Você está magra demais, nem parece que está grávida. Coma mais.” Ângela Alves mordeu um pedaço de lagosta. Melhor que não parecesse mesmo, assim conseguia despistar curiosos. Afinal, ela ainda era uma moça solteira e precisava cuidar da sua forma, não podia se deixar inchar. Além disso, comer demais poderia fazer o bebê crescer muito e complicar o parto. “Isso é resultado do yoga que pratico. Grávidas também não podem comer de tudo, manter uma alimentação balanceada é o mais importante.” O olhar de Felipe passou por seu peito, aquecendo–se sutilmente. Parecia que ali tinha acumulado mais carne, aumentando um tamanho desde a última vez. Um breve silêncio caiu sobre a mesa. Ângela Alves tomou um gole de sopa e de repente teve um pensamento, cobrindo a boca el sussurrando muito baixinho, “Sr. Martins, você já pensou o que fariamos se nosso pequeno segredo fosse descoberto um dia?” Felipe arqueou as sobrancelhas, desinteressado, e soltou algumas palavras, “Cuidarei disso, não se preocupe.” Ângela Alves podia ver que ele tinha um plano; afinal, era um homem de grande astúcia e estratégia. Contudo… “Não pense em me mandar para o exterior novamente, eu jamais aceitaria.” 1/3 1579 O olhar de Felipe congelou subitamente e até a brisa do mar se tornou gelada. “Dependerá de você ser ou não obediente.”  Ela fez bico, “Eu levo a sério os acordos, sempre cumpro o combinado, nunca quebrei a lei.” Felipe resmungou baixinho, um traço de Ira passando por seu rosto, “Ficar flertando com outros homens enquanto carrega meu filho. Isso é cumprir o acordo?” Só de pensar nela sorrindo com Elton, ele sentia a irritação subir. Ela engasgou e o olhou de maneira desgostosa, “Eu estava apenas socializando, fazendo amizades. Além do mais, Elton não é um estranho, ele é seu próprio irmão, o tio do bebê.” Os dedos de Felipe que seguravam os talheres se apertaram levemente. Ele nunca sentira uma verdadeira conexão fraterna. Já que sabe que ele faz parte da familia Martins, deveria entender que, sendo minha esposa, mesmo só no papel, você está destinada a não ter nada a ver com ele.” O coração de Angela Alves deu uma fisgada e seus olhos calram inconscientemente, as longas pestanas lançando uma sombra sutil sobre suas pálpebras. “Eu e ele somos só amigos, e nossa relação não mudaria com ou sem você.” Sua voz ficou baixa e triste, como um crepúsculo flutuando no ar. Felipe, com sua perceptividade aguçada, notou essa reação sutil e sentiu uma torção no coração. Ele agarrou o copo ao seu lado e engollu um grande gole de suco. Esse gole era especialmente amargol O silêncio voltou a dominar a mesa. As ondas batiam com força nas rochas, rugindo, Esse som parecia invadir o coração, como se quisesse despedaçá–lo. Angela Alves abalxou a cabeça e comeu o que estava no prato, espiando o homem à sual frente por entre os cillos. Sua expressão era gélida, tão fria que a assustava, fazendo os pelos de seus braços se arreplarem, Durante o tempo que passaram Juntos, ela aprendeu a ler expressões e comportamentos. Homens como ele, que escondiam suas emoções, tinham um humor tanto mais frio quanto mals fria era a expressão. Ela não sabia o que tinha dito de errado para ofendê–lo, mas parecia que ser detestada era 2/3 12-44 Capitulo 102 assim até respirar era um erro!