Capítulo 74 Ângela Alves se levantou, indo em direção ao banheiro. Enzo Alves deu um gole no suco e sussurrou baixinho: “Quando eu ganhar dinheiro, minha irmã não precisará mais se esforçar tanto. Depois que fiquei doente, todo o dinheiro da casa acabou. Meus pais perderam seus empregos e é minha irmã quem está sustentando tudo sozinha. Tenho certeza de que ela pegou muitos empréstimos para pagar meu tratamento. Quando eu tiver dinheiro, não precisaremos mais temer os cobradores.” Elton ficou chocado. Ele nunca tinha ouvido Ângela Alves mencionar aquilo. Jamais imaginou que ela estava passando por tantas dificuldades. “Enzo, se você e Ângela Alves tiverem qualquer problema, me avise imediatamente. Aqui em Cidade Mar, não há nada que eu não possa resolver.” “Ok.” – Enzo Alves assentiu, percebendo que Elton era uma pessoa influente. Com ele ao lado da irmã, ele podia ficar tranquilo. Ângela Alves saiu do banheiro e, ao chegar na esquina, foi puxada para dentro de uma sala ao lado por um braço de ferro. Ela ficou assustada e abriu a boca para gritar, mas ao ver aquele rosto frio e bonito, sua voz foi imediatamente silenciada. “Sr. Martins, o que você está fazendo?” O olhar de Felipe caiu em seu ombro, afiado como uma lâmina, como se quisesse arrancar uma camada de sua pele. Aquela era a parte que aquele sujeito estranho havia tocado. “Quem é esse sujeito estranho?” Ele estava furioso, fazendo–a tremer: “Que sujeito estranho?” Felipe a agarrou pelo ombro, esfregando a pele dela com tanta força que ela soltou um gemido de dor. “Se ele ousar tocar em você novamente, eu vou cortar a mão dele!” Foi quando Ângela Alves percebeu a quem ele estava se referindo e usou toda a sua força para se soltar dele. “O único sujeito estranho aqui é você, aquele é meu irmão, meu próprio irmão!” Felipe ficou atordoado por um momento, só então se lembrou de que Bruna havia ligado para ele na noite anterior, dizendo que seu irmão tinha chegado. Mas sua raiva não diminuiu. “Assim que seu irmão chega, você já o apresenta para o Elton?” 1/2 13:06 Capitulo 74 “E o que mais eu faria? Você acha que eu o apresentaria para você?” – Ångela Alves perguntou de volta com sarcasmo, com cada palavra acertando um ponto crítico. A relação entre eles era um segredo obscuro. Felipe pareceu atingido, um nervo em sua cabeça pulsando levemente: “Sua relação com Elton realmente avançou rapidamente, hein? De amigos para confidentes?” Ângela Alves riu ironicamente: “E Helena não é a sua querida confidente, Sr. Martins? Por acaso só os oficiais podem atear fogo, e os cidadãos comuns não podem acender uma lâmpada?” Essa audácia fez Felipe ferver de raiva, com veias saltando em sua testa. Ele se inclinou bruscamente e selou os lábios dela com força. “Mmm…” Ela ficou envergonhada e irritada ao mesmo tempo, seus punhos batendo em seus ombros como uma chuva de golpes. Ele não relaxou, pelo contrário, aumentou a força, tornando–se agressivo e invasivo. Ela começou a ter dificuldade para respirar, seu cérebro ficou sem oxigênio, incapaz de reunir forças, ficando fraca em sua prisão, à mercê de seu “castigo“. Depois de um longo tempo, ele finalmente a soltou, com os olhos ainda brilhando com o fogo do desejo. “Independentemente de nossa relação ser pública ou não, você é minha esposa perante a lei. Se você ousar dar um passo em falso, estará acabada!” Sua voz era rouca e fria, e ela estremeceu levemente, recuperando a consciência do torpor, olhando–o com um misto de vergonha e irritação: “E você, pode fazer o que quiser?” O olhar dele caiu sobre seus lábios inchados e avermelhados, um sorriso frio e zombeteiro surgiu em seu rosto. “Você também pode exigir de mim, mas tem que ver se tem capacidade.” Isso foi como um soco no estômago, despedaçando a coragem e a dignidade de Ângela Alves. Ela não tinha essa capacidade; diante dele, era tão insignificante quanto um inseto, um nada que poderia ser esmagado a qualquer momento. Ela baixou os olhos, seus longos cílios lançando uma sombra triste sobre suas pálpebras brancas. Momentos depois, quando ela ergueu o olhar novamente, seus olhos estavam calmos e serenos. “Não tem problema, faça como quiser, de qualquer forma, em cinco meses estaremos divorciados. Daí em diante, você segue seu caminho, e eu o meu, sem mais interferências.” 2/3 13:06 Capítulo 74 Os músculos do canto da boca de Felipe se apertaram ao ouvir a palavra “divórcio“, e seu coração apertou–se, como se algo o puxasse, causando um desconforto profundo.